Política
21/03/2018 20:39

Ministro quer apoio da OMS para exigir de venezuelanos vacinação em dia para entrar no País


Brasília, 21/03/2018 - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, pediu a intercessão do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, para que o País possa obrigar venezuelanos a tomarem vacina contra sarampo ao ingressar no território brasileiro.

Hoje, em virtude de um acordo assinado por todos os países que compõem a Organização Pan-Americana de Saúde, tal exigência é proibida. O argumento do ministro é de que essa é uma situação de emergência e que, nesse caso, uma exceção deveria ser feita.

Barros, que deverá deixar o cargo neste domingo para se dedicar à campanha de reeleição para a Câmara dos Deputados, afirmou que o País registrou até o momento 100 casos suspeitos de sarampo, três deles entre brasileiros. O Brasil havia recebido em 2016 o certificado de eliminação da doença, concedido pela OPAS.

"É uma situação emergencial e, sendo uma situação emergencial, nós estamos negociando com ele a maneira de resolver esse problema", argumentou. Tedros chegou ao Brasil anteontem e hoje teve como primeiro compromisso oficial uma visita ao ministro. Embora Barros tenha feito o pedido, a decisão não cabe à OMS. "Estamos negociando com ele a maneira de resolver esse problema."

A ideia de se obrigar venezuelanos a se vacinarem contra o sarampo ocorre num momento em que a cobertura vacinal brasileira contra a doença é baixa. Infectologistas são unânimes em dizer que, se a população brasileira estivesse imunizada, essa exigência seria desnecessária.

Integrante do Programa Nacional de Imunização, Ana Goretti Maranhão classificou há duas semanas como uma "tragédia" a cobertura vacinal contra sarampo no Brasil. O ideal é que mais de 80% esteja protegido, para evitar a expansão da doença. Os indicadores no País estão bem abaixo da meta: 68% receberam as duas doses da vacina.

Em Roraima, uma campanha vacinal está em curso, justamente para interromper o aumento de casos. A vacinação teve início dia 10 de março e vai até 10 de abril. O objetivo era vacinar 300 mil brasileiros e 100 mil venezuelanos.

A velocidade com a expansão de casos assusta. O primeiro relato de paciente com suspeita da doença ocorreu em meados de fevereiro. No início de março, eram 30 casos suspeitos e agora o número chega a 100. (Lígia Formenti)
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