Política
17/07/2017 16:47

Eike nega pagamentos indevidos para Funaro e Cunha para obter financiamentos


Rio, 17/07/2017 - O empresário Eike Batista negou à Justiça ter feito qualquer pagamento indevido para que sua empresa LLX Açu Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS, conforme indicado em delação premiada. Eike contou ter dado uma carona em um voo ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de Brasília para o Rio após pedido de um executivo de suas empresas, mas negou ter relações com ele.

"Ele embarcou, sentou numa poltrona atrás. Posso ter o cumprimentado, mas não tenho relação nenhuma, nenhum contato telefônico, não visito a casa dele e nem ele a minha", disse em videoconferência à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília. O fundador do grupo X depôs na tarde de hoje como testemunha de defesa de Lúcio Funaro no processo em que o doleiro e Cunha são réus. O depoimento durou em torno de 15 minutos.

O ex-sócio de Funaro, Alexandre Margotto, contou, em delação premiada, que Eike Batista pagou a Funaro e Cunha para que sua empresa LLX Açú Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS. "Gostaria de ressalvar que eu era presidente do conselho de administração da companhia e isso era tratado por executivos dentro da empresa", afirmou. Questionado, disse que pessoalmente não negociou nada: "Absolutamente não".

Eike disse não conhecer Funaro e negou ter tido um encontro com ele em Nova York. "Posso ter esbarrado com ele em algum restaurante por acaso, mas não o conheço e não lembro de ter encontrado ele em Nova York". Na versão do delator, Funaro e Eike jantaram em Nova York. A reunião, revelada a Margotto por Funaro, teria sido intermediada por Joesley Batista, da holding J&F, que teria participado do encontro. Eike também afirmou não conhecer Margotto.

O fundador do grupo X também foi perguntado se teria negociado a liberação do crédito com muitas autoridades, como a ex-presidente Dilma Rousseff. "Absolutamente não". Ele também afirmou não conhecer Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa, indicado por Cunha.

"Não tenho a mais vaga ideia (da participação dele na obtenção do crédito)".
Sobre os executivos que trataram do tema, afirmou não saber quem eram, mas disse que poderia levantar os nomes posteriormente. Ele afirmou que esteve várias vezes em Brasília com o ex-presidente da Caixa, Jorge Hereda. "Não sei se foi sobre esse assunto, mas estive várias vezes com o Hereda em Brasília". (Mariana Sallowicz - mariana.sallowicz@estadao.com)
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