Lima, 14/04/2018 - O presidente Michel Temer defendeu várias vezes neste sábado que a crise na Síria deve ser resolvida através do direito internacional. Apesar de reafirmar a posição da diplomacia brasileira, o presidente não quis criticar diretamente a ação militar liderada pelos Estados Unidos. “Ontem à noite (sexta), era mais aflitiva essa notícia. Hoje, a notícia é que atacaram apenas as bases militares. Mas não é útil para o mundo”, disse, ao citar que a ação “cria um clima muito preocupante”.
Em entrevista antes de deixar o centro de convenções onde ocorre a Cúpula das Américas, Temer disse a jornalistas que, junto com os demais presidentes da região, o Brasil defende uma “solução internacional” para a crise síria. “Evidentemente, as observações que fizemos desde ontem são no sentido de que se resolva de maneira a aplicar o direito internacional. Não se pode aplicar apenas pela força”, disse, ao citar que a negociação, a diplomacia e o convencimento “são fundamentais” para a solução do conflito.
Sobre a hipótese de que armas químicas teriam sido usadas na Síria nos últimos dias, Temer disse que o tema deve ser investigado. “Evidentemente, o Brasil há muito repudia a ação com armas químicas”, disse, ao defender que é importante a que as Nações Unidas entrem nessa questão “para logo resolver o conflito da Síria”.
Questionado sobre a ação do Conselho de Segurança da ONU, o presidente disse que o grupo vem atuando no tema, mas é preciso agir “com maior rigor e maior velocidade”. (Fernando Nakagawa, enviado especial - fernando.nakagawa@estadao.com)