Política
12/08/2020 14:52

Abit/Pimentel:já temos votos suficientes no Congresso para derrubar veto à desoneração da folha


Por Eduardo Laguna, especial para o Broadcast

São Paulo, 12/08/2020 - A coalizão empresarial formada para derrubar o veto presidencial à prorrogação, até o ano que vem, da desoneração da folha de pagamentos das empresas já reúne apoio suficiente no Congresso, segundo informou hoje a Abit, entidade que representa a indústria têxtil nacional, um dos 17 setores beneficiados pela medida.

“Entendemos que já temos votos suficientes no Congresso para derrubar o veto. Já apresentamos os nossos pareceres, colocamos aos parlamentares que não há inconstitucionalidade e vamos seguir com a pressão, mostrando que cabe a medida neste momento”, disse Fernando Pimentel, presidente da Abit, durante apresentação virtual à imprensa dos resultados do setor no primeiro semestre.

Pimentel informou que representantes do grupo de empresários voltaram a se reunir ontem com senadores para discutir o tema. A previsão é que o Legislativo vote no dia 2 de setembro o veto do presidente Jair Bolsonaro, publicado no início do mês passado, à continuidade da medida que alivia custos trabalhistas das empresas.

Além da indústria têxtil, setores como call centers, tecnologia da informação, construção civil, calçados e comunicação estão entre as atividades que contam hoje com a desoneração, mas que, com o veto presidencial, vão perder o benefício a partir de janeiro.

“Até lá [2 de setembro], vamos trabalhar arduamente para convencer os indecisos de que o veto coloca em risco os empregos”, assinalou Pimentel.

Durante a entrevista coletiva, o presidente da Abit elogiou as propostas de desoneração da folha salarial acenadas pela equipe econômica na reforma tributária, mas observou que a indústria não pode esquecer o veto e contar com uma emenda constitucional que ainda precisa ser discutida e votada pelo Congresso.
“Vemos muitas chances de o veto ser derrubado, mas não são favas contadas porque é política”, afirmou o executivo.

Questionado na entrevista sobre as últimas baixas no ministério da Economia, Pimentel disse que o impacto das demissões vai depender de quem serão os substitutos dos nomes que deixaram a equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes. Ontem, Salim Mattar e Paulo Uebel, secretários especiais das pastas, respectivamente, de Privatização e Desburocratização, deixaram o governo, juntando-se a outras três cabeças importantes que anunciaram o mesmo em menos de dois meses: Mansueto Almeida (ex-secretário do Tesouro Nacional), Rubem Novaes (da presidência do Banco do Brasil) e Caio Megale (ex-diretor de programas da Secretaria Especial da Fazenda).

“A debandada mostra que há um problema que tem que ser resolvido [...] Mas não quero valorizar essas demissões. É comum o governo ter baixas. Se vai influenciar, vai depender de quem vai substituir. O importante é manter o rumo, precisa colocar o Brasil para crescer de novo”, assinalou Pimentel.
“Não é bom porque o governo perde profissionais qualificados. Mas paciência, não vamos chorar pelo leite derramado”, concluiu o executivo.
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