São Paulo, 24/05/2018 - A ex-senadora Marina Silva reafirmou nesta quinta-feira ser a favor de uma atuação independente do Banco Central, mas defendeu que não considera necessário institucionalizar a autonomia da instituição.
"Eu defendo desde 2010 que o Banco Central precisa ter sua independência, mas não precisa institucionalizar", afirmou a presidenciável da Rede Sustentabilidade, em sabatina aos veículos Folha de S. Paulo, UOL e SBT. "O que tem que ter é o compromisso de que não se vai fazer politicagem com o Banco Central", emendou a pré-candidata.
Ao ser entrevistada por jornalistas dos três veículos, Marina fez críticas ao presidente Michel Temer e a medidas aprovadas durante o governo do emedebista. Ao tratar da maneira como o governo conduz a política econômica, por exemplo, Marina disparou: "Temer padece de uma coisa: ele não tem uma equipe econômica. A equipe econômica o tem", disse.
Embora tenha admitido que a reforma trabalhista é importante para conter a "indústria de processos", Marina criticou o modelo implementado sob Temer. "Não se pode ter uma reforma trabalhista para precarizar as relações de trabalho", disse a ex-senadora. "Fazer uma reforma prevendo que o trabalhador possa negociar seus direitos em decorrência de uma situação de dificuldade não é razoável."
Marina afirmou que a reforma terminou por "criar um problema quanto ao acesso à Justiça", uma vez que brasileiros de baixa renda preferem abrir mão de uma ação a correrem o risco de terem de arcar com custos advocatícios do empregador, por exemplo."Você resolve o problema do empregador, e cria outro para o empregado."
Marina também classificou a reforma da Previdência do governo Temer como "draconiana". Mas evitou se alongar em como seria sua própria versão. Sobre a idade mínima para aposentadoria, por exemplo, disse que o assunto precisa de um debate mais amplo.
