Política
07/08/2018 20:20

Mulher de ex-secretário gastava dinheiro de propina em lojas de luxo no exterior, acusa MPF


Rio, 07/08/2018 - O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) acusa a médica Verônica Fernandes Vianna, mulher do ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes, de ter participado do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), do qual seu marido também se beneficiou. Ela movimentou pelo menos US$ 2,4 milhões (R$ 9 milhões) em contas no exterior, diz o MPF-RJ. Durante viagens ao exterior, Verônica gastou com cartões de crédito pelo menos US$ 745 mil (R$ 2,8 milhões) arrecadados pelo esquema de propinas, segundo a acusação. Verônica foi denunciada por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na mesma denúncia também foram incursos Côrtes, nos mesmos crimes que a mulher, e os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, acusados de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O MPF-RJ pediu ainda que Côrtes e Verônica sejam condenados a devolver o dobro do valor obtido nesse esquema de corrupção. A denúncia foi aceita pela Justiça Federal no fim da tarde desta terça-feira, segundo a TV Globo. Consultada às 19h30, a instância judicial não confirmou essa informação.

Segundo o MPF-RJ, em abril de 2011 Verônica abriu em um banco suíço uma conta que recebeu sete dias depois um depósito inicial de US$ 2,4 milhões. Parte do dinheiro dessa conta foi usado em viagens ao exterior. Em agosto de 2011, durante uma viagem a Veneza, na Itália, foram gastos US$ 20 mil (R$ 75,2 mil) em um hotel de luxo. Em maio de 2014 foram gastos US$ 90 mil (R$ 338,4 mil) em Las Vegas, nos Estados Unidos. Em compras em Nova York, durante viagens realizadas de 2011 a 2015, houve despesas em lojas como Prada (US$ 9,1 mil, ou R$ 34,2 mil), Hugo Boss (US$ 3,4 mil, ou R$ 12,7 mil), Torneau (US$ 7,7 mil, ou R$ 28,9 mil) e Bulgari (US$ 5,2 mil, ou R$ 19,5 mil). Considerando também gastos com cartões pré-pagos, que são abastecidos com dinheiro antes de serem usados, o valor gasto sobe para US$ 1,4 milhão (R$ 5,2 milhão). Não se sabe em quais estabelecimentos os cartões pré-pagos foram usados.

Esse dinheiro foi pago pelos empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, que são sócios, para que fossem ilegalmente beneficiados em licitações promovidas pela secretaria estadual de Saúde do Rio e por órgãos ligados à pasta.

A defesa de Côrtes e sua mulher afirmou à imprensa que a denúncia é uma repetição de fatos já apresentados em outra acusação e que os valores depositados naquela conta foram espontaneamente devolvidos pelo ex-secretário em agosto de 2017. A reportagem não localizou representantes dos demais denunciados. (Fábio Grellet)
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