Política
10/01/2019 19:29

PM de São Paulo estreia grupo de 'mediadores' em ato contra aumento da tarifa


São Paulo, 10/01/2019 - A Polícia Militar de São Paulo estreou nesta quinta-feira, 10, um grupo de mediação para evitar danos ao patrimônio e pessoas feridas no protesto marcado pelo Movimento Passe Livre (MPL) no centro da capital paulista contra o aumento da tarifa dos transportes públicos de R$ 4 para R$ 4,30. De colete azul, com a inscrição "mediador", três agentes da PM buscaram informações e fizeram pedidos a representantes dos manifestantes.

O ato do MPL tinha concentração marcada para as 17 horas, na Praça Ramos de Azevedo, na frente do Theatro Municipal. O tenente Crúvel Clemente, do 7° Batalhão da PM, um dos negociadores, solicitou que os manifestantes retirassem as hastes das bandeiras e que informassem qual seria o itinerário do protesto.

O primeiro pedido não foi bem recebido pelas duas negociadoras do MPL, Andressa e Larissa, que ficaram de discutir o tema durante uma assembleia antes de o ato sair. A segunda proposta obteve resposta positiva: ambas se comprometeram a comunicar o itinerário todo.

Mais tarde, o negociador da PM disse a representantes do MPL que o trajeto informado pelo grupo, até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, não poderia ser feito porque o trânsito da cidade não tinha como ser organizado a tempo. As manifestantes argumentaram que o trajeto já estava decidido e que estava sendo informado à PM.

O tenente Crúvel Clemente sugeriu às representantes que elas fizessem outro trajeto, até a Praça Roosevelt, no centro, mas as jovens argumentaram que não havia mais tempo (o ato já havia começado a marchar). Uma nova negociação ficou marcada para a porta da Prefeitura, para onde o protesto seguia por volta das 18h40.

O objetivo da PM é evitar que o ato chegue à Avenida Paulista e se encerre lá. Em protestos anteriores do MPL, após o encerramento oficial, com a convocação do próximo ato, black blocs começavam a depredar bens públicos e privados. Embora as manifestantes digam que o ato se encerrará pacificamente, as ordens aos PMs são de parar a manifestação ainda na Prefeitura caso o protesto não siga até a praça Roosevelt.

O protesto tem bandeiras do PSTU, do PCB e da Conlutas. Manifestantes convocavam a população a apoiar a greve do funcionalismo público municipal, marcada para o dia 4 contra a reforma da previdência dos servidores de São Paulo, já sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).

Embora o prefeito e o governador João Doria (PSDB) sejam os principais alvos nos cartazes, outros grupos também são provocados no ato. "Não vai ter paz, mexeu com a tarifa, mexeu com Satanás" é um dos gritos, uma resposta a discursos religiosos do primeiro escalão do governo Bolsonaro, que tem feito ataques verbais aos grupos de esquerda. (Bruno Ribeiro)
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