São Paulo, 13/03/2019 - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha a possibilidade de execução provisória de pena - como a prisão - após condenação em segunda instância no julgamento marcado para abril. Ao programa "Em Foco com Andréia Sadi", da Globonews, Mourão avaliou que a "pressão da classe política" foi o motivo para a mudança do entendimento a partir de 2009, proibindo a execução da pena antes do final de todo transitado e julgado do processo.
Para o vice-presidente, ao ceder a essa pressão, a Corte rompe com o princípio democrático de que a lei deve valer para todos. Na entrevista, Mourão negou também que tenha tido atritos com Jair Bolsonaro depois de ter dado declarações consideradas polêmicas e, por vezes, contrárias a posições defendidas pelo presidente. "Nós nos complementamos. Ele tem o estilo dele e eu, o meu. Não há briga com o presidente".
Questionado se atitudes dos filhos do presidente estariam atrapalhando o governo, o vice-presidente minimizou a questão. "A família Bolsonaro é extremamente unida. Eles têm posicionamentos fortes, mas foi graças a eles (posicionamentos) que foram eleitos".
Mourão afirmou ainda que estaria disposto a embarcar com Jair Bolsonaro na busca por uma reeleição em 2022 caso o presidente assim decida. (Letícia Fucuchima - leticia.fucuchima@estadao.com)