Política
23/02/2018 12:11

Temer/Rádio: se intervenção não der certo, não deu certo o governo


Brasília, 23/2/2018 - O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira, em entrevista à Radio Bandeirantes, que se a intervenção na área de segurança do Rio não der certo a culpa será do governo e não das Forças Armadas e disse que é "zero" a possibilidade de um golpe militar. "Eu asseguro. Vou dar uma nota para a hipótese do golpe militar: Zero, disse. "Não existe clima nas Forças Armadas ou na população para um golpe militar", completou.

Segundo o presidente, as Forças Armadas "nada mais fizeram do que obedecer o comando do seu comandante supremo". "Se não der certo, não deu certo o governo, porque o comandante Supremo das Forças Armadas é o presidente da República", disse, destacando que tem tido uma "cooperação extraordinária das Forças Armadas".

Temer rechaçou que tenha colocado os militares "numa fria" e afirmou que, em encontro ontem, os comandantes disseram que "vai dar certo". "Volto a dizer: se não der certo, foi o governo que errou, as Forças Armadas estão cumprindo uma orientação", destacou. Segundo o presidente, durante o processo de decisão pela intervenção "não houve nenhuma ordem dos militares", apenas consultas e trocas de ideias.

Para o presidente, a violência no Rio chegou a um ponto que se não houvesse a intervenção não seria mais possível "habitar" a cidade. "Não havia outra (possibilidade) se não a intervenção desse setor (segurança) para colocar ordem na casa", afirmou.

Ao ser questionado como tratará demandas de outros estados, o presidente afirmou que justamente por isso decidiu criar o Ministério da Segurança e afirmou que ele vai coordenar os trabalhos dos estados.

Afastamento. Temer disse ainda que cogitou-se num primeiro momento afastar o governador Luiz Fernando Pezão e fazer uma intervenção total no Rio. "Seria muito radical e refutei", disse o presidente, sem querer afirmar o autor da ideia de afastamento de Pezão. "Foi uma conversa generalizada. Aconselharam, mas quem toma as decisões é o presidente", assumiu, reforçando que a medida "foi acordada com o governador".

Para refutar mais uma vez a hipótese de que as Forças Armadas estariam no comando, Temer disse que decretou uma intervenção "cooperativa e não militar". "É uma intervenção civil, mas se escolheu um nome de um militar (para ser o interventor)", disse, em referência ao general Braga Netto.

Otimismo. Temer disse ainda ter "absoluta convicção" que a intervenção no Rio dará certo e destacou que a população está apoiando a medida. "Pesquisas mostram que 80% das pessoas são favoráveis", afirmou. Segundo o presidente, apesar de ser um "jogo de alto risco", a decisão é necessária. (Carla Araújo)
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