Política
08/01/2020 15:18

Detidos em ato do MPL em SP contra alta na tarifa do transporte, 29 manifestantes são liberados


Por Felipe Cordeiro

São Paulo, 08/01/2020 - Os 29 manifestantes detidos nesta terça-feira, 7, no protesto do Movimento Passe Livre (MPL), em São Paulo, foram liberados após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por dano, desacato e lesão corporal. Com o grupo, a polícia apreendeu uma mochila com dez coquetéis-molotov.

O TCO é um registro de fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo. O primeiro ato de 2020 contra o aumento de dez centavos nas tarifas do transporte público de São Paulo terminou em tumulto após ativistas tentarem pular catracas da Estação Trianon-Masp, da Linha 2-verde do metrô, na Avenida Paulista, região central da capital paulista.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), um major da Polícia Militar (PM) foi ferido por um estilhado de vidro. Uma nova manifestação foi convocada pelo MPL para esta quinta-feira, 9, com concentração na Praça da Sé, também no centro da capital, às 17 horas.

Protesto

Esvaziado, o ato do MPL se concentrou no Viaduto do Chá, no Vale do Annahgabaú, e caminhou até a Paulista, mas contou com presença maior de policiais do que de manifestantes. Tanto organizadores quanto a PM afirmaram que 500 manifestantes participaram do ato.

A passeata transcorreu pacificamente na maior parte do tempo. Já no fim, após começar a chover forte, por volta das 20h30, um grupo de manifestantes entrou na Estação Trianon-Masp, cujas catracas foram cercadas por PMs do Batalhão da Polícia de Choque (BPChq) para impedir a invasão. Entre eles, havia black blocs.

Dentro da estação, o grupo continuou a gritar palavras de ordem e pedia para pular as catracas. Com um megafone, um policial avisou aos passageiros que o local seria fechado por questões de segurança. Nessa hora, houve uma tentativa de avanço contra a linha policial e os agentes revidaram forçando os escudos.

Manifestantes atiraram pedaços de paus e tinta contra os agentes. Com o tumulto iniciado, o PM do megafone afirmou que a estação seria esvaziada. Houve correria e empurra-empurra. Acionada, uma equipe do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) avançou contra ativistas e jornalistas.

Na saída, placas de publicidade foram depredadas. A polícia usou spray de pimenta e cassetete. Um policial também ameaçou fazer uso da arma de bala de borracha. Do lado de fora, um grupo atirou garrafas de vidro contra guarnições. Em sua página oficial, o MPL diz que manifestantes foram detidos "arbitrariamente", pois "somente tentavam voltar pra casa sem pagar tarifa". A Companhia do Metropolitano de São Paulo (CMSP) disse que manifestantes "danificaram vários equipamentos da estação, entre eles uma escada rolante, luminárias, placas de propaganda e ainda picharam portas e bloqueios da estação".
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