Política
14/11/2018 11:03

Em Brasília, governadores eleitos defendem diálogo com Bolsonaro e novo pacto federativo


Brasília, 14/11/2018 - Em um encontro de governadores eleitos em 2018 com a participação do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília, novos mandatários adotam tom conciliatório na manhã desta quarta-feira, 14. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou, nesta quarta-feira, 14, que os governadores eleitos do Nordeste têm "todo interesse" em trabalhar em conjunto com a Federação a partir do próximo ano.

Dias é o único representante do Nordeste na reunião. "Estou bastante animado que vamos poder dialogar. A disposição do Nordeste é do diálogo", afirmou ao chegar no evento.

Segundo Dias, os demais governadores nordestinos não compareceram porque tinham outros compromissos. Ele justificou, ainda, que o encontro foi organizado por três governadores, e não pelo presidente eleito. A reunião foi uma iniciativa dos governadores eleitos de São Paulo, João Doria (PSDB), do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) para debater propostas de atuação conjunta dos Estados e também dar um panorama dos principais problemas. "Todos do Nordeste gostariam de estar aqui. O que acontece é que é uma iniciativa de três governadores eleitos e não do presidente eleito", destacou o governador do Piauí.

Dias afirmou que os governadores do Nordeste pretendem marcar uma reunião com Bolsonaro após a posse, no início do ano que vem, e devem entregar uma manifestação com os principais interesses da região, citando como prioridade a área da segurança pública e também a geração de empregos.

Sobre as pautas do novo governo, Dias não descartou apoio à reforma da Previdência, mas disse que é preciso defender "que (a proposta) não se transforme em prejuízo aos mais pobres e mulheres". "É uma pauta nacional, claro que é possível trabalhar a Previdência", respondeu.

Trabalho conjunto. Ao chegar ao evento, o governador eleito do Pará, Helder Barbalho, defendeu políticas regionalizadas para os Estados e ao pagamento de recursos da Lei Kandir, que compensa os Estados pela perda de tributos sobre bens exportados. Barbalho pediu que Estados e União trabalhem juntos para corrigirem os problemas nas duas esferas. "É hora de trabalhar de forma conjunta, dissociar o governos estaduais e federal é um equívoco", completou.

O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) disse que sua equipe ainda está levantando informações sobre as finanças do Estado, que passa por uma grave crise fiscal. "A nossa intenção é trazer todos os indicadores para dentro das metas", disse.

Doria. O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse há pouco que a proposta de novo pacto federativo não exigirá novos recursos da União para os Estados. Segundo ele, a ideia é descentralizar as decisões para que os governadores tenham mais independência para investirem recursos já orçados para áreas como Saúde, Educação, Transportes, Infraestrutura e Segurança Pública.

"Há uma decisão política do presidente eleito Jair Bolsonaro para realizarmos esse novo pacto federativo. Os governadores terão mais agilidade para fazer suas políticas. Os recursos já existem e não dependerão de emendas, por isso o pacto poderá ser implementado o mais rápido possível", afirmou Doria, ao chegar ao Fórum dos Governadores.

"A contrapartida exigida será um esforço de ajuste fiscal por parte dos governos estaduais", adiantou Dória. "Também falaremos hoje sobre Previdência e governabilidade", acrescentou o governo eleito. (Eduardo Rodrigues, Lorenna Rodrigues e Julia Lindner)
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