Economia & Mercados
24/06/2018 15:50

Ecolatina: novidades ajudam a estabilizar câmbio na Argentina, mas pode haver nova pressão


São Paulo, 24/06/2018 - Notícias recentes, como o fato de que a provedora de índices financeiros MSCI elevou na quarta-feira a classificação da Argentina de "mercado de fronteira" para "mercado emergente", o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e medidas do banco central, ajudam a estabilizar o câmbio na Argentina "no curto prazo", mas o dólar pode retomar sua trajetória de avanço ante o peso argentino se houver novos choques negativos, internos ou externos, afirma a Ecolatina.

Em comunicado, a consultoria sediada em Buenos Aires avalia que até o fim do ano o dólar retomará seu viés de alta ante o peso argentino. Como motivos para isso, a Ecolatina menciona a "elevada alta nos preços" e cortes prováveis em subsídios (ajustes de tarifas), após o acordo do governo de Mauricio Macri com o FMI.

"Caso não se apresentem novos choques adversos, o câmbio fecharia o ano pouco abaixo dos 30 pesos por dólar", afirma a Ecolatina. "Com essa dinâmica, mais que corrigiria o atraso cambial, de modo que não seriam necessárias correções abruptas no próximo ano."

A consultoria diz que o câmbio deve ser mais sustentável agora, mas seu impacto positivo para alguns setores da economia deve ser paulatino, "enquanto os custos do salto cambial já se sofrem: a inflação acelera e o segundo e o terceiro trimestres do ano serão recessivos".

A Ecolatina alerta ainda que o pacote de ajuda do FMI deve estimular a produção, "e não asfixiá-la". Segundo ela, desde o acordo com os credores que até então se recusavam a chegar a uma solução sobre bônus da dívida argentina, a entrada de capitais financeiros havia valorizado o peso, deixando a conta corrente mais negativa. "Para não repetir velhos erros, é preciso adotar novos esquemas", diz. (Gabriel Bueno da Costa - gabriel.costa@estadao.com)
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