Por Victoria Netto
São Paulo, 22/01/2022 - Três estudos realizados em grande escala nos Estados Unidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), publicados na sexta-feira (21), trazem novas evidências de que a variante Ômicron é mais resistente às vacinas contra a covid-19. As pesquisas endossam resultados anteriores da Alemanha, África do Sul e Grã-Bretanha, mas observam que as doses de reforço aceleram a produção de anticorpos, evitando uma infecção sintomática, segundo informações da Associated Press.
O primeiro estudo examinou internações e atendimentos de emergência em 10 estados americanos de agosto de 2021 a janeiro de 2022. Descobriu-se que a eficácia das vacinas Pfizer ou Moderna na prevenção de visitas ao pronto-socorro relacionadas à covid-19 foi melhor após três doses. Por outro lado, a proteção caiu de 94% durante a onda Delta para 82% durante a onda Ômicron.
A imunidade com apenas duas doses foi menor, especialmente quando passados seis meses desde a segunda aplicação. Contudo, nos surtos de ambas variantes, a terceira dose foi pelo menos 90% eficaz na prevenção de hospitalizações por covid-19.
O segundo estudo se concentrou nas taxas de casos e mortes de covid-19 em 25 estados, do início de abril de 2021 até o Natal. As pessoas que receberam os reforços tiveram maior proteção contra a infecção por coronavírus, tanto na época em que a Delta era a cepa dominante, quanto no período em que a Ômicron começou a ultrapassá-la.
O Journal of the American Medical Association publicou o terceiro estudo, liderado por pesquisadores do CDC. Ele testou pessoas que deram positivo para covid-10 entre 10 de dezembro de 2021 e 1º de janeiro em mais de 4.600 locais de testes de diagnóstico nos Estados Unidos.
Os resultados mostraram que três doses das vacinas Pfizer e Moderna foram eficazes em cerca de 67% contra a Ômicron em comparação com pessoas não vacinadas. No entanto, duas doses não forneceram proteção significativa contra a variante vários meses após a conclusão do esquema de vacinação original, de acordo com os pesquisadores. "Isso mostra a importância de se dar uma dose de reforço", disse Emma Accorsi, do CDC, autora do estudo.
As informações são da Associated Press