Por Cícero Cotrim e Eduardo Rodrigues
São Paulo e Brasília, 23/11/2021 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse há pouco às comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que a alteração do valor de declaração obrigatória de investimentos no exterior pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não mostra conflito de interesses da sua parte, já que a sua empresa offshore se encontra acima do novo patamar.
“Se eu estou passando de US$ 100 mil para US$ 1 milhão e a minha offshore tem mais do que isso, em nenhum momento eu estou me fazendo nenhum favor”, disse o ministro, que foi convocado pelas comissões para prestar esclarecimentos sobre os seus investimentos no exterior.
O CMN elevou o limite mínimo para declaração de investimentos externos de pessoas físicas ou empresas ao Banco Central de US$ 100 mil para US$ 1 milhão. Como ministro da Economia, Guedes preside o conselho.
Em outubro, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As informações fazem parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).