Economia & Mercados
17/09/2019 13:25

B3/Finkelsztain:em 18 meses há entre 20 a 30 ofertas de ações adicionais; IPOs aceleram com PIB


Por Fernanda Guimarães

São Paulo, 17/09/ 2019 - O ano de 2019 está bastante movimentado em ofertas de ações, entre as subsequentes (follow ons) e as iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) e a tendência é de que esse movimento se mantenha, diante do ambiente de juros baixos no Brasil, afirmou o presidente da B3, Gilson Finkelsztain. O pipeline, neste momento, está entre 20 e 30 ofertas de ações em um período de 18 meses, comentou. Até aqui a B3 foi palco de aproximadamente R$ 53 bilhões em ofertas de ações, vindo principalmente de follow ons. "Acho que poderemos bater o recorde neste ano do visto em 2007 em termos de volume", disse. Naquele ano as ofertas somaram cerca de R$ 70 bilhões.

"Ainda existe uma agenda bastante saudável, com mais 20 a 30 operações, com ofertas de todos os tamanhos. Com o Brasil mostrando crescimento, esses IPOs vão acelerar. O timing dessas operações virem a mercado será o crescimento", comentou. No momento há mais de dez ofertas de ações em andamento. Delas, há quatro pedidos de IPOs já protocolados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a da C&A, da Iguá Saneamento, do banco BMG e da Vivara.

Finkelsztain disse que é esperado ainda grande número de ofertas para o ano que vem, tal como a privatização da Eletrobras, que deve ocorrer na bolsa de valores. "A BR Distribuidora foi um marco de privatização via oferta de ações", afirmou. O follow on da rede de combustíveis em julho marcou a saída da Petrobras do controle da companhia.

Para que os estrangeiros comecem a direcionar um fluxo de recursos ao Brasil, para até mesmo participar de forma mais forte das ofertas de ações, o País terá que mostrar crescimento de sua economia. O presidente da B3 disse que os estrangeiros têm compensado a entrada de ofertas de ações neste ano saindo do mercado secundário. A B3 na semana passada, inclusive, consolidou os dados de fluxo de estrangeiros, unido a entrada e saída e recursos do País considerando não só os investimentos no mercado secundário da bolsa, mas também os vindos por meio dos follow ons e IPOs.

"O que percebo é que ele está mais atento ao Brasil, olhando. Mas como ele tem um ciclo mais longo de investimento, com alocação com um horizonte de cinco anos, ele é mais cuidadoso para voltar", destacou. O presidente da B3 disse que, além do olhar em relação ao andamento das reformas e a retomada do crescimento no Brasil, esse investidor também aloca de acordo com o cenário externo, que no momento vive muitas incertezas. "É uma combinação de acalmar cenário externo com previsibilidade do PIB do Brasil", concluiu.

Finkelsztain disse que nesse momento o grande fluxo de entrada de recursos no Brasil vem do investidor doméstico, incluindo os institucionais, que a cada dia estão mais em busca de retorno diante da queda de juros. "O que eu percebo, quando falo com gestores é que, independente da agenda, o mercado de bolsa acaba ficando positivo. Se a economia demora para reagir, o mercado acredita que o Banco Central possa ser um pouco mais agressivo na queda de juro, o que acaba sendo positivo para a bolsa. Se a economia volta a crescer, o estrangeiro vem e as empresas melhoram seus resultados. Então, em todos esses cenários bolsa é uma alternativa", afirmou.

Contato: fernanda.guimaraes@estadao.com
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