Economia & Mercados
21/06/2018 08:08

Santander/Ana Botín: balanço do banco é em euros e câmbio pode afetar resultados


Londres, 21/06/2018 - A presidente mundial do Grupo Santander, Ana Botín, fez bons prognósticos não apenas para a economia do Brasil e também para a instituição no País, mas ressaltou que a posição de liderança de remessa de lucros para o banco vista nos últimos anos não necessariamente será perene. Até porque, segundo ela, como o balanço do conglomerado é feito em euros, mudanças cambiais costumam interferir nos resultados das sucursais para a matriz.

"O peso do Brasil cresceu muito nos últimos tempos. Em alguns anos já foi o Reino Unido e, em algum momento, pode ser o espanhol ou o de outro país da Europa", considerou. Como balanço é em euros, o câmbio também pode afetar os resultados", completou. Desde o início do ano, o real perdeu quase 14% de seu valor na comparação com o dólar e quase 9% ante o euro. O Broadcast apurou, no entanto, que apesar dessa desvalorização, dentro da instituição acredita-se que o Brasil não tem chance de perder a colocação de líder no curto prazo.

A filial britânica foi a número 1 em remessas de lucros em 2014 e 2015, mas amargou uma queda de 23% dos ganhos de janeiro a março deste ano, ao enviar para a matriz 320 milhões de euros. Já o Brasil registrou crescimento recorde de margens no mesmo período, levando as operações globais do Grupo a registrar uma expansão de 10% nos primeiros três meses de 2018. O resultado de janeiro a março foi positivo em 677 milhões de euros, o que o tornou responsável por 27% dos lucros da instituição, seguido pela Espanha (18%) e Grã-Bretanha (13%).

Sobre o Reino Unido, a executiva disse esperar desaceleração da economia local por conta do Brexit (saída dos britânicos da União Europeia). Segundo ela, essa diminuição da atividade deve gerar mais impacto para o grupo no país do que necessariamente alguma nova regra para o setor depois do divórcio. "Sabemos já que haverá um crescimento relativo em relação a outros países, que será 'menos bom'", previu.

Ana comentou ainda que os países que mais criaram valor para o banco nos últimos anos são todos da América Latina. Ela fez estas avaliações durante o encerramento do XVII Encuentro Santander América Latina, seminário organizado pelo banco espanhol para jornalistas da região, em Londres, e que teve início na terça-feira. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
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