Economia & Mercados
13/12/2021 11:36

CBIC/Ieda Vasconcelos: projetamos que em 2022, PIB da construção vai crescer 2%


Por Circe Bonatelli

São Paulo, 13/12/2021 - O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve crescer 2% em 2022, de acordo com expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A perspectiva aponta para uma desaceleração das atividades em comparação com este ano, quando setor deve fechar com uma alta de 7,6%.

A projeção para o PIB da construção em 2022 é composto por uma alta de 2% nas atividades das empresas - resultado da abertura de novos canteiros de obras referentes a empreendimentos imobiliários nos últimos anos trimestres, bem como projetos de infraestrutura.

Por outro lado, está prevista uma baixa de 0,6% no segmento classificado como autogestão e autoconstrução. Entram aí a venda de materiais no varejo e as reformas e construções feita por famílias e autônomos. Elas foram impulsionadas desde o começo da pandemia, mas o fim do auxílio emergencial tirou o fôlego dessas atividades.

A CBIC também previu a geração de 110 mil novas vagas de trabalho no ano que vem.

Também estimou que o INCC deve atingir 7,1% no ano que vem, puxado por aumento nos custos de materiais e, principalmente, mão de obra.

A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, explicou que a perspectiva de desaceleração no PIB setorial no ano que vem se deve à inflação elevada e à perda de renda da população, combinado com aumento nas taxas de juros, que inibem novos negócios.

Ela acrescentou que há uma percepção generalizada entre consumidores e empreendedores de riscos e incertezas relacionados ao futuro do País, um sentimento que é aguçado pelo período eleitoral.

Ainda assim, o PIB da construção civil deve crescer acima do PIB da economia brasileira, puxado pela abertura de novos canteiros de obras.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, frisou que é importante distinguir as projeções de lançamentos e vendas de imóveis da projeção de PIB da construção.

O primeiro reflete o volume de negócios que está sendo iniciado. O segundo apura a materialização desses negócios, isto é, a contratação subsequente de pessoal para as obras e as compras de materiais de construção, entre outros aspectos. “As vendas de ontem são o emprego de amanhã”, sintetizou Martins.

A instituição prevê crescimento de 10% nas vendas e lançamentos de imóveis neste ano está mantida. O resultado oi sustentado, essencialmente, pelo desempenho do mercado no primeiro semestre. Os estandes vão virando canteiro de obras e ainda ajudarão o PIB setorial nos próximos meses.

No entanto, o setor passou a sentir baixa nas vendas desde a metade do ano devido à elevação nas taxas de juros dos financiamentos imobiliários, bem como ao aumento no preço dos imóveis por conta da disparada nos custos de construção. Esse cenário de pressão deve persistir no ano que vem, freando lançamentos e vendas, o que terá impacto sobre o PIB da construção mais adiante, disse Martins.

Um ponto de preocupação para o setor é a inflação. O INCC acumula alta perto de 13% neste ano. Embora a previsão seja de desaceleração para 7,1% ano que vem, o porcentual ainda é considerado expressivo.

Vasconcellos estimou que o preço final dos imóveis continue subindo no ano que vem, porque as incorporadoras ainda não repassaram todos os aumentos nos custos de materiais sentidos nos últimos trimestres.

Contato: circe.bonatelli@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso