Economia & Mercados
12/04/2022 17:10

Pix é meio de pagamento preferido em shoppings, mostra levantamento da Spot Metrics


Por Thaís Barcellos

Brasília, 12/04/2022 - O Pix foi o meio de pagamento preferido para compras em shoppings em 2021, superando cartões de débito, crédito e dinheiro, conforme levantamento da startup de inteligência de dados para o varejo físico Spot Metrics, obtido com exclusividade pelo Broadcast. A Spot Metrics tem mais de 200 shoppings em sua base de clientes em todo o Brasil e acesso a 15% do varejo nacional.

Segundo a pesquisa, feita com base nos dados dos shoppings, 82% dos clientes, em média, utilizaram meios de pagamentos digitais para pagar as compras no ano passado e 18%, dinheiro. Dentre os meios de pagamento digitais, o mais popular foi o Pix (36%), seguido de cartão de débito (34%) e crédito (30%).

O uso do Pix, contudo, é desigual entre as regiões do País, com maior fatia dos pagamentos em shoppings no Sudeste (44,41%), mostra o levantamento. O porcentual é quase o dobro do Nordeste (24,87%). As outras regiões têm parcelas ainda menores: Sul (12,31%), Centro-Oeste (9,21%) e Norte (9,21%).

Além das diferenças geográficas, o fundador e CEO da Spot Metrics, Raphael Carvalho, pontua que as preferências de pagamento também variam de acordo com o tipo de shopping. "Aqueles destinados à casa e decoração costumam ter mais transações por cartão de crédito, com parcelamentos longos, já que o tíquete médio é maior. Já nos Outlets, os clientes optam mais por Pix ou dinheiro, devido a busca por melhores descontos na hora do pagamento", explica.

O movimento observado pela Spot Metrics nesses centros comerciais repete o quadro mais geral de transações com Pix, que, no quarto trimestre de 2021, superou pela primeira vez as operações com todos os demais meios de pagamento, segundo o Banco Central.

As transações com a ferramenta criada pelo BC somaram 3,892 bilhões nos últimos três meses do ano passado, um número um pouco maior do que as operações com cartão de débito (3,849 bilhões) e de crédito (3,726 bilhões), em segundo e terceiro lugares. Em volume financeiro, o Pix ainda era o quarto, acumulando R$ 1,925 trilhão no quarto trimestre. A Transferência Eletrônica Disponível (TED) foi campeã absoluta (R$ 9,807 trilhões). Em fevereiro, último dado mensal disponível, o volume transacionado no Pix chegou perto de R$ 645 bilhões, em mais de 1,3 bilhão de transações.

"Hoje em dia é muito fácil apenas aproximar o cartão de débito na máquina e fazer um pagamento instantâneo, diferente do Pix que precisa de leitura de QR Code. Isso irá melhorar quando o Banco Central liberar a opção de Pix por aproximação. Acreditamos que as transações nessa modalidade serão ainda maiores", diz Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac). "Além disso, o Pix off-line também é uma ferramenta que pode aumentar o uso do Pix em outras regiões do Brasil e gerar ainda mais inclusão", completa.

Pix Saque e Pix Troco

As funcionalidades de saque e troco do Pix, lançadas pelo Banco Central no fim de novembro, também vêm crescendo mês a mês, embora de forma lenta, como destacou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ontem.

A quantidade de transações considerando o Pix Saque e o Pix Troco passou de 3,9 mil em dezembro para 125,9 mil em março, somando 290 mil operações em quatro meses, conforme apresentação de Campos Neto, em evento do Traders Club e da Arko Advice.

Em volume financeiro, foi de R$ 400 mil no último mês de 2021 para R$ 17,7 milhões em março. Quase a totalidade dos montantes se refere ao Pix Saque (R$ 17,5 milhões em março, em 124 mil operações). As ferramentas já estão disponíveis na maioria dos municípios brasileiros - 4.511 de um total de 5.570, dos quais 71% são cidades do interior -, ainda de acordo com a apresentação de Campos Neto.

As duas funcionalidades do Pix são similares. No Pix Saque, o cliente faz uma transferência instantânea para o estabelecimento participante que, por sua vez, entrega a quantia correspondente em dinheiro. Já o Pix Troco obedece dinâmica similar, mas ocorre quando o cliente paga alguma compra na padaria, mercado ou loja, por exemplo, e recebe a diferença entre o valor do produto e a quantia transferida por Pix.

No fim de março, a Fenasbac, junto com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a Pay Ventures, lançou o mapa do Pix Saque e Troco, que mostra a adesão no comércio por região e cidade. Os estabelecimentos dos Estados do Sul e Sudeste foram os que mais aderiram, sendo Porto Alegre a cidade com o maior número de adesões no Brasil.

"No médio prazo, a garantia de que encontrar dinheiro físico vai ser tão fácil, fará com as pessoas não andem mais com ele na carteira. A ideia é pensar que não será preciso ter o dinheiro físico, pois é possível sacar, caso seja necessário, por meio de um Pix Saque e Troco", afirma Henriques, da Fenasbac.

Contato: thais.barcellos@estadao.com
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