Economia & Mercados
15/10/2021 17:30

Exclusivo: economista-chefe da BrasilPrev lança iniciativa pró-liderança feminina negra


Por Carla Melo, Francisco Artur e Gustavo Lustosa, especial para o Broadcast

São Paulo, 15/10/2021 - Nascida e criada na zona leste da cidade de São Paulo, a economista-chefe da BrasilPrev, Laiz Carvalho, lançou neste mês um programa de incentivo à liderança de mulheres negras.

No mercado financeiro há mais de 10 anos, Laiz afirma que há muita dificuldade em achar gestores que apostem na capacitação de mulheres negras. “As empresas precisam aprender que é responsabilidade delas também. Não é todo mundo igual, o processo seletivo não é igual”, afirma a idealizadora do programa Black Swan.

Laiz, que também participa do programa de equidade racial do movimento Mulheres do Brasil, capitaneado pela empresária Luiza Helena Trajano, observa uma carência na capacitação de pessoas negras para a liderança.

“Apesar de toda essa discussão de ESG ser muito forte, as ações ainda são muito pontuais. Tem muitas ações para pessoas em inicio de carreira, programas para estagiários, programas de trainee, mas depois que essa pessoa está no mercado de trabalho são muito poucos os programas para você poder desenvolver essa pessoa, para se transformar em um líder negro desta instituição”.

O Black Swan é um grupo de mulheres pretas, para mulheres pretas, que anseiam entrar ou se consolidar no mercado financeiro. O Projeto pretende ser agente de transformação e inovação na construção de um mercado financeiro mais diverso, inclusivo e sustentável.

A ideia é oferecer materiais, palestras, treinamentos e workshops com foco no mercado financeiro e viabilizar a conexão das participantes com empresas e equipes de recrutamento, a fim de fomentar a representatividade e a participação de mulheres pretas no setor.

Segundo a economista e fundadora, a ideia do projeto é focar na orientação de mulheres com idade entre 25 a 50 anos que ainda não conseguiram angariar projeções de carreira. “A gente quer empoderar e treinar essas mulheres para acabar com a desculpa de que o mercado não acha profissionais com os requisitos”, afirmou.

De acordo com recente pesquisa do Insper, apenas 10% dos diretores financeiros (CFOs) das maiores empresas do Brasil são mulheres e 8% são pretos. Já segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), de 2019, mulheres pretas ganham, em média, 26,98% a menos do que os homens brancos.

Próximos passos

A fundadora afirmou que já está em conversa com grandes empresas do ramo financeiro, como corretoras e bancos de investimento, para propor parcerias em prol da promoção da diversidade no mercado. Até o final deste ano, o projeto tem o objetivo de promover ao menos três masterclasses. Para 2022 a expectativa é aumentar para 12 esse número, além de um programa de mentoria e uma trilha de conteúdo financeiro, com um curso de Valuation.

Além do patrocínio de cursos, os parceiros interessados podem buscar profissionais dentro do grupo. “Outra forma de participar é as empresas procurarem e informarem qual perfil de profissional elas estão procurando, dessa forma podemos formar uma turma para preencher aquelas vagas específicas”, diz Laiz Carvalho.
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