Economia & Mercados
26/04/2019 18:28

Articulação política da Previdência começou a entrar nos trilhos, diz presidente do Bradesco


Por: Aline Bronzati e Fernando Nakagawa

São Paulo, 25/04/2019 - A articulação política do governo de Jair Bolsonaro para emplacar a reforma da Previdência demorou mais do que o esperado, mas começou a entrar nos trilhos com a aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A avaliação é do presidente do Bradesco, Octavio Lazari. Essa "escorregada" na tramitação da reforma vai custar parte do crescimento da economia brasileira esperado para 2019 e, para ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pode até ficar negativo.

Para recuperar o tempo perdido, a saída, segundo Lazari, é buscar uma reforma da Previdência que não seja "desidratada". Uma mudança com impacto fiscal próximo de R$ 600 bilhões, conforme o presidente do Bradesco, não atende a necessidade do País. "O valor (da reforma) era R$ 1,3 trilhão. O mínimo aceitável é R$ 1 trilhão nos próximos dez anos para que a gente possa no médio e longo prazo colocar o País numa rota de crescimento que seja sustentável por décadas e não um crescimento para dois, três anos e depois voltarmos para todo esse problema de novo", avalia Lazari, que separou 40 minutos da sua rotina intensa de divulgação de balanços para conceder entrevista exclusiva ao Broadcast.

Do lado do setor bancário, Lazari defende a cobrança de tarifas no cheque especial como a saída para baixar os juros da modalidade tida como uma das ovelhas negras do spread bancário (diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar) no País. Ainda sobre regulamentação, o presidente do segundo maior banco do País pede direitos iguais entre os grandes e as fintechs. "Pode ter menos exigência de capital, mas tem de ter simetria de informações", diz o executivo, que pede acesso aos dados dos pequenos que têm feito barulho no mercado.
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