Economia & Mercados
24/11/2020 11:01

Centro de Arbitragem e Mediação (CAM-CCBC) cria comitê para ampliar diversidade no setor


Por Beth Moreira

São Paulo, 23/11/2020 - Predominantemente masculino e branco, o mercado dos Métodos Alternativos de Resolução de Disputas está mudando sua estrutura pouco a pouco. O Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil Canadá (CAM-CCBC), por exemplo, já conta com quadro predominantemente feminino. E de cinco vagas abertas recentemente para arbitragem, três foram preenchidas por mulheres negras. Para a presidente do CAM-CCBC, Eleonora Coelho, a diversidade é imprescindível para uma atuação ética e legítima.

A executiva conta que o centro lançou neste mês um comitê para sensibilizar a instituição sobre os diferentes recortes da diversidade, atrair talentos e estimular uma cultura organizacional que valorize a diversidade e busque alcançá-la na prática ("walk the talk"). Sua formulação teve início em maio.

Segundo ela, com o objetivo de influenciar os players deste mercado sobre a importância de um ambiente diverso, o Centro está estruturando um projeto com a missão de conscientizar os membros da comunidade acerca da necessidade de engajamento em ações afirmativas que promovam a diversidade nesse ramo de atuação. "Acreditamos que as ações educativas são o primeiro passo para a conscientização de qualquer comunidade e sobre qualquer temática", diz.

Um levantamento exclusivo do CAM-CCBC mostra que o porcentual feminino no corpo de árbitros saiu de 27,1% em 2018, para 29% em 2019. "Neste ano, tivemos a satisfação de elevar a participação de mulheres para 32,3% e continuaremos nos engajando para que esses números sigam em constante crescente", afirma Eleonora.

Programação

Preocupado com a questão da educação o Centro pretende criar conteúdo mensal nas redes sociais com um caráter recomendativo e educativo. Oferecendo, inclusive, dicas de leitura, filmes, exposições e eventos que conversem com as causas de gênero, raça, LGBTQIAP+, deficiência física e mental, dentre outras. "Estamos engajados na diversidade de gênero desde 2018 e todas as metas que assumimos foram não somente cumpridas, mas superadas", destaca.

Eleonora lembra que em 2018, o Centro assinou o ERA Pledge, um compromisso formal com o objetivo de desenvolver o perfil e a representatividade de mulheres na arbitragem. O grande objetivo deste compromisso é contribuir para a representatividade feminina em Tribunais Arbitrais, em, no mínimo, 30%.

No mesmo ano, a entidade expediu a Resolução Administrativa nº 30 que determina o número mínimo de 30% de mulheres no quadro de palestrantes em eventos patrocinados, organizados, apoiados pela instituição, bem como em outras iniciativas acadêmicas.

Contato: beth.moreira@estadao.com
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