Economia & Mercados
14/05/2019 22:03

Iguatemi vai repensar mix de lojistas para reverter queda na ocupação dos shoppings


Por: Circe Bonatelli

São Paulo, 14/05/2019 - Após sofrer com o aumento dos espaços vagos em seus shopping centers no começo deste ano, a Iguatemi pretende aprofundar a estratégia de revisão do mix de lojistas e voltar a ampliar a ocupação dos empreendimentos. A iniciativa consiste na substituição de marcas ou na diminuição do espaço de certas lojas, seguida pelo 'fatiamento' dessas áreas entre mais inquilinos.

As discussões não são exatamente novas e já estavam em andamento desde o ano passado. No entanto, ganharam corpo após os problemas financeiros enfrentados por alguns segmentos, como as redes de vestuário e livrarias, que fecharam lojas e acabaram prejudicando a ocupação dos centros de compras mais recentemente.

No primeiro trimestre de 2019, a Iguatemi tinha 93,7% da área bruta locável (ABL) de seus shoppings ocupadas, patamar inferior aos 94,7% registrados no mesmo período de 2018. O recuo de 1,0 ponto porcentual é considerado alto no setor e está relacionado ao fechamento das lojas e à redução do tamanho dos estabelecimentos.

"Tivemos a saída de algumas operações que ocupavam uma área grande. O impacto, em termos da ABL, foi grande", explicou a vice-presidente de Finanças e diretora de Relações com Investidores, Cristina Betts, em entrevista ao Broadcast.

Os casos mais notórios são das redes Saraiva e Cultura, que entraram em recuperação judicial no último ano. A Saraiva, por exemplo, já fechou três unidades em shoppings do grupo Iguatemi. No caso da Cultura, há conversas para diminuição de espaços.

"As livrarias continuam sendo relevantes para o nosso mix de lojistas, mas é o momento de repensar o tamanho da operação", explicou Betts. Segundo ela, a era das 'megalivrarias' pode estar chegando ao fim. Antes, elas ocupavam áreas de 1,5 mil a 2,0 mil metros quadrados nos shoppings, mas muitas unidades podem ser reduzidas para até um terço do espaço original. Isso se não sumirem do mapa dados os problemas do setor.

A expectativa da Iguatemi é voltar a ampliar a área ocupada em seus shoppings ao longo dos próximos meses, mas esse movimento não é rápido, pois envolve a atração de novas marcas, a assinatura de contratos e a realização de obras para readequação dos espaços que serão desocupados. Muitos novos lojistas atuam no ramo da alimentação e demandam instalações específicas, como pontos de água, por exemplo, o que torna a obra mais complexa.

Apesar do aumento da desocupação nos shoppings, a Iguatemi teve vendas consideradas boas, conforme avaliação de Betts. As vendas totais chegaram a R$ 3,134 bilhões no primeiro trimestre de 2019, o que corresponde a uma alta de 5,4% em relação ao mesmo período de 2018. As vendas e os aluguéis no critério mesmas lojas (abertas há mais de um ano) subiram 3,1% e 6,4%, respectivamente.
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