Agronegócios
21/11/2016 10:45

Summit/Estadão/Putnam: países com vocação rural devem se sair bem em cenário pós Trump


São Paulo, 21/11/2016 - A economia mundial e as relações internacionais de comércio devem ser alteradas após a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, disse Bluford Putnam, economista-chefe da Bolsa de Chicago (CME Group). Em apresentação no Summit Agronegócio Brasil 2016, ele afirmou que a mudança está mexendo e deve continuar o influenciando o câmbio. “Os países com vocação agropecuária devem se sair bem nesse novo cenário de câmbio”, afirmou, lembrando que o real se desvalorizou ante o dólar após a eleição e que este movimento favorece as exportações do País. Ele projeta que o dólar fique mais fortalecido ante o euro e o iene japonês.

Para o economista, os EUA estão saindo um pouco da sua posição de líder mundial e o mundo começa uma fase diferente na política. Segundo ele, o Fed, banco central dos Estados Unidos, deve elevar os juros em dezembro, como já foi sinalizado e, que poderá manter um aumento gradual em 2017. Além disso, para ele, os EUA devem ter um déficit de orçamento que deverá ser debatido no próximo ano e que deve fazer com que algumas promessas de Trump, de investimentos em infraestrutura e corte nos impostos, não se concretizem totalmente.

Sobre as commodities agrícolas, o economista afirmou que os efeitos climáticos provocados pelo fenômeno La Niña podem pressionar os preços globais, embora ainda haja dúvidas sobre a força dele. Putnam afirmou que as exportações brasileiras de soja devem continuar crescendo. Em relação ao milho, Putnam disse que há uma expectativa no mercado de que o novo governo norte-americano “relaxe” as políticas de incentivo à produção de etanol (feito à base do grão no país) e que isto pode adicionar pressão aos preços do cereal. “Mas ainda não há nenhuma certeza sobre isso”, acrescentou. No entanto, destacou que, de forma geral, deve haver menos regulamentação para o setor agrícola dos EUA, citando menos rigor na questão de transgênicos.

Já sobre a Parceria Transpacífica (TPP), ele foi enfático ao afirmar que os Estados Unidos não farão parte do acordo. Para ele, a participação norte-americana não será aprovada pelo congresso do país. (Camila Turtelli, camila.turtelli@estadao.com, José Roberto Gomes, jose.roberto@estadao.com)
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