Agronegócios
17/09/2018 10:29

CBOT: grãos tendem a abrir em queda no pregão desta segunda-feira


São Paulo, 17/09/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando no campo negativo nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). A soja deve abrir em queda pressionada por novos fatos no conflito comercial entre China e Estados Unidos (EUA).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender, nesta manhã de segunda-feira, sua estratégia de impor tarifas sobre importações. Segundo ele, esse expediente coloca seu país em uma posição de força para negociar com outras nações. "Caso os países não façam acordos justos conosco, eles serão tarifados!", reiterou Trump, em mensagem publicada no Twitter. No final de semana, surgiram relatos no mercado de que o presidente norte-americano estaria disposto a impor tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos da China. Reportagem do Wall Street Journal informou que Trump estaria perto de fazer esse anúncio, enquanto o mesmo jornal publicou ainda que a China estaria reticente em aceitar a nova proposta americana de diálogo, nesse contexto.

Durante a semana passada, o mercado reagiu positivamente em meio à expectativa de uma possível revisão nas relações comerciais entre as duas potências. O convite do governo norte-americano ao governo chinês para conversar a respeito da aplicação de sobretaxas nas negociações entre os países influenciou a valorização das cotações da oleaginosa. O encontro foi marcado para os dias 27 e 28 de setembro em meio a esforços para contornar as tensões. Os chineses esperam que qualquer decisão final sobre a nova rodada de tarifas seja adiada até a próxima conversa.

Investidores também monitoram os níveis de produtividade da safra norte-americana, nesse período de início de colheita. Até o momento, a perspectiva é de uma safra recorde nos EUA, que também pesa sobre as cotações da oleaginosa. "Qualquer novidade sobre produtividades deverá tomar conta do direcionamento de preços em Chicago, assim como qualquer indício concreto de encontros entre a China e os EUA, situação que ainda é incerta", disse a consultoria ARC Mercosul, em relatório.

O milho também deve abrir em queda, pressionado pela maior oferta dos EUA. As perdas nas cotações do petróleo também pesam sobre os preços do cereal, porque diminui a competitividade do etanol. Nos EUA, o biodiesel é produzido, principalmente, à base do cereal

Na mesma direção, o trigo deve abrir em queda, puxado, em parte, pelo desempenho do milho. Os cereais são substitutos na ração animal, por isso estabelecem correlação nos preços. Traders aguardam novidades sobre a possível restrição de exportações do cereal russo.

No overnight, o vencimento novembro da soja caiu 4,75 cents (0,57%), a US$ 8,2575 por bushel. O milho para dezembro caiu 1,75 cents (0,50%), a US$ 3,50 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo perdeu 1,00 cent (0,20%), a US$ 5,1050 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
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