Agronegócios
20/02/2019 11:24

CBOT: soja e trigo tendem a abrir em queda; milho deve iniciar em alta


São Paulo, 20/02/2019 - Os contratos futuros de grãos devem começar a sessão desta quarta-feira em direções distintas na Bolsa de Chicago (CBOT). O andamento das negociações comerciais entre Estados Unidos e China continua no centro das atenções dos traders. Investidores acompanham sinais da nova rodada de diálogo entre os dois países, que ocorre nesta semana, em Washington. Notícias a respeito da negociação tendem a exercer protagonismo sobre o direcionamento do mercado de grãos.

A soja deve abrir em queda, influenciada pela cautela dos fundos de investimento que monitoram as conversações EUA/China. Analistas apontam que investidores aguardam sinais concretos de um possível progresso na negociação entre os representantes de dois países para orientar os negócios. "A grande incerteza continua sobre o relacionamento entre os EUA e a China. Nenhum resultado palpável foi alcançado até o momento. Novos encontros presidenciais estão sendo arranjados para meados de março, quando uma decisão concreta sobre a retórica política entre Trump e Jinping deve ser observada - pelo menos é o que o mercado demanda atualmente. Até lá, este tema continuará sendo o principal driver de preços", ressaltou a consultoria AgResource Co., em relatório diário.

Na noite de ontem, o ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Chanfu, reafirmou o compromisso de importar mais soja dos Estados Unidos, em meio às tratativas de negociação comercial entre os dois países. "A China e os EUA serão, com certeza, os principais parceiros comerciais da soja", disse o ministro, em uma entrevista coletiva. Changfu afirmou ainda que, apesar dos esforços para aumentar a produção doméstica de soja, a China continuará sendo uma grande importadora da oleaginosa. Na mesma ocasião, um funcionário do Ministério da Agricultura que participou da elaboração da política rural do país disse que "a porta para a importação de soja dos EUA permanecerá aberta, após as negociações comerciais".

Em direção oposta, o milho tende a iniciar em alta, em movimento de recuperação técnica após as perdas da véspera. No último pregão, a queda acentuada do trigo pesou sobre as cotações do grão. "Gestores de fundos se posicionaram com aversão ao risco, liquidando contratos de trigo e de milho, impulsionando o movimento de venda em manada", avaliou a consultoria AgResource Co. O recuo do petróleo, entretanto, pode empurrar para baixo as cotações do milho, por desfavorecer a competitividade relativa do etanol. Nos EUA, a produção do biocombustível consome cerca de um terço da safra do milho.

O trigo deve abrir em queda, esticando as perdas da última semana. O mercado monitora a demanda pelo cereal norte-americano. Sinais altistas podem vir de uma eventual compra pelo Egito. Segundo um trader, ontem, a agência estatal de grãos do Egito, conhecida como Gasc, abriu licitação internacional para compra de um volume não especificado de trigo, que deve ser embarcado entre 5 e 15 de abril. Os resultados do leilão devem ser divulgados ainda hoje. Analistas já vinham apontando que o recuo no cereal norte-americano era uma estratégia para ajustar o seu preço e se manter competitivo ante grão russo e francês, importantes fornecedores para o país africano.

No overnight, o vencimento maio da soja caiu 4,75 cents (0,52%), a US$ 9,0975 por bushel. O milho para maio avançou 0,75 cent (0,20%), a US$ 3,7875 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo perdeu 8 cents (1,63%), a US$ 4,8425 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
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