Por Sandy Oliveira e Gabriela Ribeiro
São Paulo, 27/07/2022 - A guerra na Ucrânia traz a oportunidade para o Brasil se tornar um importante país exportador de trigo e contribuir para abastecer a demanda global pelo cereal, afirmou, ontem (26), o diretor executivo do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), Arnaud Petit, durante o Global Agribusiness Fórum (GAF) 2022, evento realizado por entidades do agronegócio, em São Paulo (SP). Para o executivo, o conflito no Leste Europeu está prejudicando a oferta mundial de trigo e há dúvidas se a Ucrânia conseguirá manter sua produção e exportação, apesar das negociações recentes para escoar os grãos pelo Mar Negro.
Mesmo com a oportunidade que ele vê no Brasil, Petit ressalta que a Rússia se manterá, apesar da guerra, como o principal exportador de trigo. "Não há dúvidas sobre isso", garantiu. Segundo o diretor da IGC, no médio prazo, há uma atenção maior em relação às despesas com frete, transporte, logística e preços dos combustíveis. "Estão em níveis elevados. Estamos olhando para isso", destacou.
Óleo - As restrições impostas pela pandemia de covid-19 reduziu a produção de óleo de palma na Indonésia e na Malásia, os dois principais países produtores e, agora, toda a demanda deve se voltar aos óleos de soja e de girassol, avaliou Arnaud Petit.
Ele destacou que o mercado de óleos vegetais é muito demandado, e esse cenário de escassez no óleo de palma deve elevar a procura pelo óleo de soja e de girassol, concorrentes diretos. Para ele, há também oportunidade de o Brasil elevar sua produção de soja e de abastecer a demanda pelo óleo.
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