Os veículos elétricos conquistam cada dia mais espaço. De acordo com um relatório da International Energy Agency, foram comercializados 6,6 milhões destes veículos no mundo, em 2021. O número representa mais que o dobro de 2020, ano do início da pandemia de Coronavírus, quando foram vendidas 3 milhões de unidades.
No ano passado, a maior parte das vendas aconteceu na China, onde foram comercializados 3,4 milhões de carros elétricos. Por lá, há incentivos e preços mais acessíveis, situações que facilitam o crescimento.
Aqui no Brasil, a participação dos elétricos ainda é pequena. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) demonstram que estes veículos representam apenas 2,5% do mercado. E isso contando com a ajuda dos híbridos na conta, veículos que possuem a tecnologia, mas também funcionam com combustível fóssil.
Apesar disso, para um mercado que deseja contar com soluções que utilizam energia mais limpa, os números são animadores. Em abril, por exemplo, o crescimento das vendas foi de 25,27%, na comparação com janeiro.
Com tantos benefícios para os usuários, o segmento segue atraindo a atenção do mercado. Em busca de soluções para alavancar a estrutura necessária para o desenvolvimento do setor no País, os investimentos crescem, contando até mesmo com a parceria entre os principais grupos do mercado.
Em abril, por exemplo, empresas do setor de tecnologia e mobilidade urbana se uniram para lançar uma coalizão que pretende democratizar o uso dos veículos elétricos no Brasil. A Aliança pela Mobilidade Sustentável é uma iniciativa liderada pela 99 e é formada ainda por CAOA Chery, Ipiranga, Movida, Raízen, Tupinambá Energia, Unidas e Zletric.
As principais metas da 99 com a parceria são: aumentar a participação dos veículos elétricos entre carros novos para 10% das vendas até 2025 (hoje o índice é de 2%);criar 10 mil estações públicas de carregamento em todo o Brasil até 2025 (atualmente existem cerca de 1.500); lançar, no mínimo, 300 automóveis elétricos da 99 ainda esse ano, com objetivo de chegar a 10 mil até 2025 e adotar a cidade de São Paulo como pólo pioneiro para implementação de programas a fim de inspirar outras regiões do país.
A missão da parceria é contribuir para o desenvolvimento do futuro do transporte urbano tornando as cidades mais verdes e seguras. Para isso, inspira-se em dois dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que buscam garantir o acesso a fontes de energia limpas e acessíveis e tornar as cidades e comunidades mais inclusivas e sustentáveis.
União de forças
Para viabilizar o modelo no País, a aliança mira discutir formas para impulsionar toda a infraestrutura necessária à eletrificação da frota brasileira.
Entre as ações necessárias estão a criação de postos públicos de recarga e a diminuição de barreiras para a aquisição dos elétricos. As medidas adotadas devem facilitar o aluguel desses veículos entre motoristas de aplicativo, fornecendo apoio às montadoras e às outras empresas da cadeia, como fornecedores de peças, além do monitoramento da recepção pelo público.
"A adoção de carros elétricos subiu 100% em um ano. Esses automóveis possuem menos impacto ambiental, preservam a saúde das pessoas e também reduzem custos com combustível em até 75%, mas ainda são mais caros do que os convencionais", diz Thiago Hipólito, diretor de DriverLAB da 99. "Construímos a aliança para deixar esses modelos mais acessíveis para os motoristas parceiros e para as pessoas que mais precisam deles".
Atualmente, o recém-chegado iCar, da CAOACherry, está entre os carros elétricos mais baratos do Brasil, por exemplo. O compacto tem autonomia de 282 quilômetros e pode ser carregado em apenas 35 minutos em fontes de recarga rápida. Nas fontes wallbox, leva menos de cinco horas para uma carga completa.
Foco nos parceiros
A Aliança pela Mobilidade Sustentável foi construída a partir do DriverLAB, centro de inovações da 99 focado 100% nos motoristas parceiros. Com pretensões ousadas, o departamento contará nos próximos três anos com aproximadamente R$ 250 milhões em investimento, sendo R$100 milhões em 2022.
O objetivo do DriverLAB é promover mais bem-estar aos parceiros, ampliando ganhos, diminuindo custos e deixando os serviços mais acessíveis. Segundo Thiago Hipólito, o fato da 99 contar com 750 mil motoristas parceiros cadastrados na plataforma fornece grande escala para incentivar a demanda por carros elétricos. Consequentemente, isso facilita negociar melhores margens de custos de produção. "A gente é capaz de girar toda a indústria e favorecer o consumidor, seja ele condutor de app ou não", finaliza.